BALAIADA ROCK - 18 e 19 de ABRIL de 2009 [CIRCO DA CIDADE]

BALAIADA ROCK - 18 e 19 de ABRIL de 2009 [CIRCO DA CIDADE]

BALAIADA ROCK
LOCAL: CIRCO DA CIDADE - SÃO LUÍS/MA
DATAS: 18 E 19 DE ABRIL DE 2009

 

por Nilberto Borges  |  Metal Island

 

A Balaiada foi um movimento de reivindicação da população no Maranhão do Séc. XIX. E agora, uma nova revolta acontece no âmbito da cena rock ludovicense. Com uma iniciativa que despertou a participação de várias bandas e produtores locais, o festival BALAIADA ROCK traz consigo uma perspectiva melhor em relação ao movimento underground dessa ilha magnética, principalmente, em se tratando dos festivais de rock.

Com o incentivo da Art Tattoo e a sensibilização de diversas empresas que finalmente veem esse tipo de evento como algo proveitoso para todos, a Balaiada Rock tende a se firmar no calendário cultural da cidade como um festival de peso, trazendo bandas que já possuem seu trabalho um pouco mais estabilizado e outras que estão começando a traçar seu caminho.

Um circo. Isso mesmo, o circo da cidade é um excelente local para fazer um festival de rock desse porte. Ao lado de um terminal de ônibus, o circo conta com uma estrutura que oferece a segurança necessária para o evento.

 

>>>  1ª NOITE  <<<

A noite de sábado (18/04) parecia desanimada, com o público ainda pequeno e pouca diversidade de comidas e bebidas à venda nas tradicionais barraquinhas de lanches... e parecia que ainda iria chover bastante! O equipamento de som estava tendo seus últimos ajustes e os caras das bandas chegavam gradativamente levando seus instrumentos para o backstage.

Mas, logo após ouvir os primeiros acordes de guitarra da PINHEAD, sabíamos que era hora de entrar na grande lona colorida que nos protegia da esperada chuva de São Luís. E aqueles caras sabiam que precisavam fazer um show bacana, pois a primeira banda sempre leva uma certa desvantagem... E eles mandaram muito bem. A PINHEAD mostrou a que veio e agitou bastante o público presente.

Em seguida, sobe ao palco a LIVING SABBATH, trazendo alguns clássicos do Black Sabbath numa proposta bastante ousada, já que para fazer um cover convincente do Sabbath tem que saber encarar essa responsabilidade. Apesar de alguns tropeços na letra e também na sincronia dos instrumentos, os caras mandaram muito bem e, no quesito carisma, inegavelmente foram ótimos. O público, que nesse momento já enchia aquela tenda, vibrou bastante com os "hinos" consagrados do metal e o vocalista Renato teve uma noite inspirada, conquistando a platéia daquela noite.

Entaum, aquela voz hipnotizante ecoou no picadeiro e todos ficaram vidrados na apresentação da VENICE... Além de ter uma vocalista muito sexy e talentosa, eles contam com muita presença de palco e estilo. Há uma preocupação com o figurino, deixando a apresentação ainda mais acolhedora e cativante. Vanessa parece estar muito à vontade cantando suas músicas próprias e também dispara covers do Silverchair e Alice in Chains pra delírio da galera. Foi um ótimo show, apesar do microfone de Vanessa, deixá-la na mão por alguns instantes, durante uma música, e mesmo assim, com a frieza dos grandes artistas, ela soube se comportar e continuou o show até que alguem resolvesse o pequeno problema com bastante rapidez e presteza.   

...Ronaldo! E foi com essa piadinha infame do Pânico na TV que a SENGO SP subiu ao palco do 'Balaiada Rock' e apostou na diversidade sonora, sem perder sua identidade. Apesar do rótulo de "new metal experimental", cantado em português, com influências regionais e sendo uma banda cristã, o grupo tem conquistado seu espaço, derrubando todos os preconceitos e mostrando um trabalho consciente e visceral. Precisando apenas de um pouco mais de preparo físico para executar suas canções com o mesmo entusiasmo até o final do show, o vocalista Ronaldo inflama o público e demonstra saber o que fazer para empolgar a galera, juntamente com 'Bavu', que distorce e dá o peso exato nos acordes, fazendo, às vezes, uma espécie de 'mantra' com sua guitarra. 

Chegou a hora do CHAPARRAL entrar em cena... Diego vem com seu hardcore cheio de batidas rap trazendo letras diretas e realistas, expressando um ponto de vista nem sempre agradável a todos os ouvidos. Os caras fazem boa música autoral e levantaram a galera do Balaiada Rock. Teve gente subindo no palco pra cantar junto com a banda e depois bater-cabeça no meio da galera... uma zona! Mas tudo tranquilo, sem muitos hematomas... é pra quem não gosta muito de silêncio mesmo!

Um som brutal que deixou o circo da cidade paralisado. A INNERGORE conseguiu fazer isso com riffs potentes e um vocal gutural vociferado pelo vocalista Higro. Foi um show curto, mas que deixou uma boa impressão sobre a produção de bandas autorais em São Luís, apesar de poucos espaços, ainda, para tocar. Os ouvidos mais sensíveis e acostumados com o trivial, tiveram que se afastar, pois o som do Innergore atinge uma área um pouco mais profunda que os tímpanos... Às vezes saiam notas muito altas e embrulhadas, mas como o próprio Higro disse: "Se não fosse assim não seria Death Metal...!" ...concordo.  

A banda SAVANA encerra a primeira noite do Balaiada Rock com covers certeiros do Nirvana. TJ nos vocais e guitarra, Leno na batera e Junior no baixo tiveram o apoio das outras bandas que ficaram para prestigiar a sua apresentação. TJ tem a preocupação do visual grunge, característica marcante dos tempos áureos em que Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden, e outros bons nomes do estilo entoavam pérolas que grudavam em nossas mentes... Até amanhã headbanger!

 

>>>  2ª NOITE  <<<

 

Como de costume, a primeira banda da noite propõe-se a deixar o público entusiasmado e preparado para as próximas atrações da noite, o que não é demérito algum, afinal, essa não é nenhuma tarefa fácil... Talvez, por isso, a PÁGINA 57 tenha sido designada para tal função... Foi uma das melhores performances do evento e o tempo da apresentação foi muito curto para que pudessem mostrar todo o seu potencial, e mesmo assim, via-se no palco a alegria deles de estarem ali e a espontaneidade que somente Ramirez, um verdadeiro 'frontman'  poderia ter. Cantando suas canções em portugues e, algumas em inglês, a Página 57 faz um Rock´n´Roll muito agradável com variantes de metal. Tiraram covers do Rage Against The Machine e fecharam com muita empolgação.

A banda KAMICAOS merece um pouco mais de atenção porque é daquelas que tem tudo pra dar certo e fica a impressão de que está faltando alguma coisa... talvez um pouco mais de entusiasmo na hora de interpretar as canções. Vi um grande potencial que parecia estar escondido. E o que me fez crer nisso foi quando ouvi um cover no Nirvana, tirado sem maiores pretenções, fazer com que o público agitasse bastante. Claro que era um clássico, mas o que impressionou foi que o guitarrista kaio tomou as rédeas do show naquele momento e a Kamicaos parecia fluir com maior entusiasmo. Confiram esse vídeo aqui.

Cantando em português e fazendo um thrash metal old school, a MARTHIRIA fez o circo da cidade tremer quando as guitarras distorcidas e o vocal nervoso de André Nadler se expandiram até atingirem nossas cabeças. A porradaria que nasceu na ilha do caos, muito provavelmente alcançará objetivos maiores, o que providencia uma maior visibilidade para as bandas locais que seguem pelo mesmo caminho. Além de suas músicas próprias, ainda tiraram um cover do Metallica (Seek and Destroy) que também agitou bastante o público. A iluminação, deu a tonalidade macabra que a banda passa durante a execução de suas canções.

Uma surpresa! Foi essa a impressão que tive, quando ouvi aquela voz estridente e afinada que saia do vocalista da MIDNIGHT RIDER. Uma apresentação muito digna e convincente que deixou boa impressão. Um resgate ao puro Heavy Metal oitentista, com todas as suas performances características e agudos impressionantes que lhe tiram o fôlego só de olhar... Vida longa ao Midnight Rider!

Em seguida, a banda mais "underground" do evento... Entre um gole de vinho (bom, eu acho que era vinho!) e outro, a SOTURNOS criou um ambiente obscuro naquele circo... A batera marcada, característica da Soturnos, estava raivosa nessa noite e a guitarra, apesar de estar dando conta do recado, está precisando de uma companhia... (na minha opinião...) para fazer o contraponto entre as base e os solos. Os "hinos" da Soturnos já eram conhecidos da platéia, e quando tocaram a música que leva o nome da banda, gerou um bate-cabeças geral... Inevitávelmente, a performance da Soturnos melhorará a cada vez que eles pisarem em um palco!

A última banda da noite foi a GALLO AZHUU, e nós vamos ficar devendo essa, porque tivemos que sair do evento devido a um probleminha técnico mesclado a falta de comunicação... enfim. Mas prometemos cobrir o próximo show da Gallo Azhuu, como sem falta, para podermos nos redimir. Espero que compreendam...

Até a próxima Headbangers...!!!

 

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